Os desafios éticos de um jornal popular

O caminho das pedras que o DIARINHO trilha pra não ficar atolado na lama do sensacionalismo

Aqui se pretende contar, a partir do ponto de vista de quem esteve envolvido no processo, como um jornal regional, no Sul do Brasil, mudou sua orientação editorial ao longo dos anos, abandonando o sensacionalismo e a exploração gratuita dos dramas populares para adotar uma linha de respeito a padrões éticos.

O Diarinho (Diário do Litoral), de Itajaí (estado de Santa Catarina, no sul do Brasil) existe há 44 anos e criou fama e angariou leitores, nos primeiros anos, por usar (e abusar) das manchetes escandalosas e do tratamento irreverente que dava às suas principais reportagens. Fundado em janeiro de 1979 por Dalmo Vieira, um advogado que se dizia indignado por sua cidade não ter um jornal diário, o Diarinho desde o início reunia as qualidades e os defeitos do que, de uma maneira geral, se chamou de “imprensa popular”. Segundo o resumo feito por Márcia Amaral (2006), “na imprensa popular um fato terá mais probabilidade de ser noticiado se: possuir capacidade de entretenimento, for próximo geográfica ou culturalmente do leitor, puder ser simplificado, puder ser narrado dramaticamente, tiver identificação dos personagens com os leitores (personalização) ou se for útil”. 

No Diarinho das primeiras duas décadas o uso do calão, do humor e da ironia temperavam o texto, que segundo afirmava o proprietário e fundador deveria se assemelhar a uma conversa na mesa do bar, onde amigos se reúnem para contar os casos (e as fofocas) do dia.

Vieira criou o jornal porque quis, porque era seu sonho, relata Samara Toth Vieira, neta e atual diretora do jornal. E dedicou-se a encontrar uma fórmula que fizesse com que o leitor tivesse, folheando suas páginas, o mesmo prazer que ele encontrava fazendo o jornal. Não era, portanto, desses jornais criados para agradar os governantes e explorar as vaidades, vendendo espaço e reportagens. Era jornal, dizia Vieira, “para ser lido e apreciado, de preferência com gosto e ao som de boas risadas”.

Ele queria um jornal local. Que contasse o resultado do jogo do Marcílio (o time de futebol da cidade), os acidentes mais próximos, as dificuldades da região. Vieira achava um absurdo que os itajaienses soubessem mais rápido e com mais detalhes do resultado do jogo do Flamengo, do Rio de Janeiro, do que de uma disputa no “estádio das avenidas”, na cidade.

Mas essas informações locais tinham que ser publicadas numa linguagem acessível, que fosse entendida pelo povo: “irreverente, às vezes com pitadas de humor e outras vezes até ‘macriada’”, como ele mesmo definia. E, sobretudo, sem se importar se o que estava sendo dito, contado e mostrado agradava ou não aos poderosos do momento.

Dalmo Vieira lutou, praticamente durante todo o tempo em que esteve à frente do jornal, contra o preconceito e a violência daqueles que não admitem a liberdade de imprensa. 

Exemplos de manchetes dessa época: “Pedreiro morreu baleado e negou-se a dizer quem atirou”; “Cigano estupra e deixa mulher pelada na 101”; “Corria peladão pela praia com um esporão de bagre espetado na bunda”; “Governo Pedro Ivo caga na cabeça do povo de Navegantes”. Sem surpresa, o jornal foi processado inúmeras vezes, o proprietário sofreu atentado a tiro (que danificou seu carro, mas não o atingiu), boicote econômico e acabou, em 1993, numa decisão incomum (para crimes de opinião), sendo preso. Fato que o jornal noticiou, com ironia, na capa: “Confundiram o Dalmo Vieira com o PC Farias”. PC Farias foi tesoureiro do deposto presidente Collor e que na época se encontrava foragido.

Mesmo assim o jornal, aberto como poucos aos leitores, desenvolveu um tal nível de compromisso com a comunidade que a população às vezes leva suas queixas primeiro ao Diarinho. Como se o jornal fosse uma espécie de “auditor popular”. Transformou-se num jornal com enorme penetração popular. Em todas as classes econômicas.

SOB NOVA DIREÇÃO

A região onde circula o jornal, na foz do rio Itajaí-açu, tem hoje (2023) cerca de 700 mil habitantes e a sede do jornal é na cidade de Itajaí (um dos principais portos marítimos brasileiros). O Diarinho continua sendo o principal veículo de informação regional e embora a versão impressa ainda circule, o notíciário é distribuído prioritariamente em outras plataformas (diarinho.net é o endereço do portal) em texto, video e áudio. E na leitura desse material não se encontra mais aquilo que um dia caracterizou o jornal: fotos de cadáveres e pessoas feridas, envolvidos em crimes ou acidentes, manchetes escandalosas, palavrões ou gíria.

A mudança, que ocorreu aos poucos, aparentemente não causou prejuízos ao prestígio do jornal. Segundo os dados fornecidos pelo jornal a agências de publicidade, a tiragem do jornal impresso está em 10 mil exemplares, o site de internet tem cerca de 2 milhões de visualizações, 180 mil seguidores no Facebook, 162 mil seguidores no Instagram, 16,7 mil seguidores no Twitter, comunidade de WhatsApp de 1.4 mil participantes, 7,2 mil seguidores no TikTok e 9 mil inscritos no canal do YouTube. 

Consegui identificar dois fatores principais, na história do jornal, para desencadear e definir os parâmetros dessa mudança.

a) A sucessora

Em 1994 o fundador e editor do jornal convidou sua neta Samara Toth Vieira, que estava se preparando para cursar Jornalismo da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) para trabalhar no jornal. 

Dalmo Vieira e a neta, Samara Toth Vieira

No início eu era simplesmente “estagiária da editoria de polícia” e telefonista. Atendia ligações, reclamações de leitores, ia à delegacia, fazia a ronda policial telefônica atrás de notícias no fim do dia. Nessa época o Diarinho tinha sede e redação em Balneário Camboriú. Eu trabalhava na sucursal de Itajaí. Escrevia os textos e mandava para a redação. No ano seguinte, meu avô achou melhor que eu fosse trabalhar na redação. Daí comecei a ajudar no processo de edição.

Samara Toth Vieira, em entrevista ao autor, em março de 2023.

Enquanto trabalhava graduou-se em jornalismo na Univali (1999), em 2002 fez especialização em Estudos de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina e em 2004, quando Dalmo morreu (durante um cruzeiro de férias na Espanha), assumiu a administração da empresa e a direção de redação.

Quando iniciou o curso de Jornalismo, ela conta, o avô dizia que “finalmente teremos um jornalista profissional no Diarinho”. O jornal tinha então 17 anos de circulação e nunca tinha sido editado por jornalista de formação. Ele achava que, “para o jornal ter futuro, seria importante se modernizar e se profissionalizar”.

Como o Diarinho era o jornal mais lido e mais conhecido da cidade, naturalmente acaba sendo comentado no curso de Jornalismo da Univali. 

Os professores da Univali sempre faziam críticas à linha editorial do jornal, naquela época muito focado em notícias policiais e escândalos políticos. Eu levava essas críticas da academia ao meu avô. Ele tinha um temperamento explosivo e não era muito simpático às críticas. Uma vez disse que se colocasse os meus professores da universidade para gerir o jornal, certamente eles “faliriam” o negócio em um mês (risos).

Samara Toth Vieira, em entrevista ao autor, em março de 2023.

Aos poucos o avô foi transferindo, à neta, o trabalho diário de editar o jornal. Em 2004, quando morreu, já frequentava pouco a redação. Nessa época ela mantinha a linha editorial definida pelo avô. E era comum, por exemplo, que a foto principal da capa mostrasse alguém preso, ferido ou morto.

Ela afirma que a partir da morte repentina do avô, começou a repensar o jornal. Além de ter formação e temperamento diferente do avô, a jovem (então com 27 anos), ficou responsável também pela administração da empresa proprietária do jornal. “Não tinha mais como eu fazer o Diarinho do Dalmo: aprendi na prática que só haveria progresso se houvesse uma redação profissional e uma gestão profissional do negócio”, afirma.

Embora em 2006 o jornal ainda tivesse algumas das características principais de sensacionalismo (edição de 1º de junho, por exemplo, tem como manchete “Carioca é fuzilado com oito tiros” e a foto da pessoa morta, caída no chão e um segundo cadáver, no alto da página), a decisão de mudar a linha editorial estava sendo construída.

Como jornalista acredito que o jornal pode ser popular, pode ser crítico, combativo, pode ser útil e muito lido pela comunidade, mas não necessariamente fazendo só sensacionalismo. Há outras formas de fazer bom jornalismo. É o que eu aprendi na academia, é o que tenho aprendido na vida e na lida. Não me imagino mais trabalhando no Diarinho da década de 90. Foi importante, foi potente, foi único, mas aquele Diarinho era de uma outra época, num outro contexto de mundo.

Samara Toth Vieira, em entrevista ao autor, em março de 2023.

As pautas, os textos, as manchetes e a escolha das fotos foi sendo modificada e Toth Vieira começou a formar o que ela chama de “uma nova redação do Diarinho”.

b) O Código de Ética

Em 2012 o jornal filiou-se à Associação Nacional dos Jornais (ANJ) que naquele ano, durante o 9º Congresso da entidade, lançou o Programa Permanente de Autorregulamentação. Samara Toth Vieira contratou-me, então, para organizar e redigir um Guia de Ética e Autorregulamentação Jornalística para o Diarinho, que atendesse às recomendações da ANJ e consolidasse o que, naquele momento, ela pensava para a linha editorial do jornal. O convite se deve ao fato de que, além de ter sido seu professor, quando de sua passagem pela UFSC, fui colunista de política estadual do jornal por quase uma década.

O guia de 2012, publicado como livreto impresso entregue a todos os jornalistas e funcionários do Diarinho e em pdf na internet, com acesso aberto, informava, já no prefácio: 

Este jornal, justamente por ser popular, preza o bom comportamento. Não o comportamento falsamente moralista dos hipócritas, mas o verdadeiramente respeitoso, da maioria dos cidadãos. Tal como as pessoas de bem, que por mais humildes que sejam esforçam-se por manter em dia o pagamento de suas prestações e procuram ensinar para os filhos o que de melhor sabem, o DIARINHO sempre quer fazer tudo certo. A ética, se a gente não quiser complicar, é coisa simples: trata-se de saber o que é bom e o que é ruim e escolher, em cada situação, o melhor, o mais adequado para honrar os valores cultivados pela comunidade em que vivemos. 

(VIEIRA, S.; VALENTE, C. 2012, p. 7)

Dei ao Guia o título de “O Caminho das Pedras” e também no prefácio justificava essa escolha: “Este guia serve para ajudar os jornalistas do DIARINHO. Mostra o caminho das pedras, que permite ir adiante sem enfiar o pé na lama e ficar preso no lodo”.

A linguagem com que o Guia foi escrito acompanhava a proposta do jornal, de manter um texto quase coloquial, sem grandes formalidades. E tinha uma função importante na reestruturação da linha editorial.

A década que se seguiu ao lançamento do Guia de Ética foi repleta de crises e desafios, para os jornais impressos. A principal tarefa era completar a transição para o online, com a diversificação das plataformas onde a informação era distribuída. Ao contrário do que ocorria no impresso, em que existiam inúmeros modelos e “receitas” de funcionamento mundo afora, na internet era preciso, segundo a diretora, “reinventar-se diariamente, para continuar a ser uma fonte de informação relevante também no digital”.

Em 2022 fui novamente contratado, desta vez para fazer uma edição revisada e atualizada do Guia de Ética do Diarinho. A proposta era adaptar o material à nova realidade, em que o jornal impresso não era mais a prioridade. E reforçar os conceitos fundamentais da linha editorial, para evitar que a equipe caia na tentação de caçar cliques usando os recursos fáceis do sensacionalismo. 

No início de 2023 foi publicada uma edição atualizada e ampliada do Guia mantendo, na essência, os mesmos princípios adotados na primeira edição, mas reforçando e tornando mais claras algumas recomendações, como a que veta o uso de imagens de pessoas feridas ou mortas. Segundo a diretora de redação, isso de “se espremer sai sangue” não serve mais para o Diarinho “há pelo menos duas décadas”. Outras mudanças e acréscimos no Guia foram provocadas pela substituição da rotina de criação prioritária da edição impressa pela de publicação online.

O PROCESSO DE CRIAÇÃO

A decisão da diretora de redação (e principal administradora da empresa jornalística), de filiar-se à Associação Nacional de Jornais (ANJ) e adotar seu programa de autorregulamentação certamente eliminou longas e penosas etapas de convencimento. O novo rumo à política editorial foi sendo amadurecido, ela afirma, no dia-a-dia da redação e a partir das discussões acadêmicas na graduação e na especialização.

Quando entrou em contato para saber se eu aceitaria a tarefa de redigir o Guia, o fato de termos um relacionamento profissional de quase dez anos (como professor e aluna no início e depois como colunista e consultor editorial do jornal) permitiu que eu apresentasse um plano de trabalho adequado ao que ela esperava e com o nível de ousadia necessário a um jornal como o Diarinho.

É possível esquematizar as etapas seguidas para a redação das duas edições do Guia de Ética e Autorregulamentação do jornal da seguinte forma:

a) Convencimento (decisão) da direção

O processo de dar-se conta da profundidade e da extensão das repercussões éticas do que o jornal publicava e da forma como publicava iniciou logo que Toth Vieira assumiu a direção da redação, após a morte do fundador e avô, em 2004. Aos poucos, ela foi se distanciando do projeto original quanto à forma, mas mantendo, na essência, os valores do jornalismo local. Não tive, portanto, que debater com ela sobre a necessidade de organizar um manual de boas práticas.

b) Conhecimento das rotinas

Apesar de já conhecer o funcionamento da redação (principalmente por ter substituído a diretora na edição do jornal em algumas das suas férias), reexaminei os processos, para identificar prováveis pontos críticos que precisassem ser examinados ou citados com maior ênfase no Guia. E essa familiaridade com os procedimentos usuais foi fundamental para a agilidade e sucesso do projeto.

c) Diálogo com os diversos setores

Naturalmente, mesmo tratando-se de uma pequena redação de um pequeno jornal, foi importante conversar com o pessoal e ouvi-los/as sobre suas preocupações e aspirações antes de redigir o Guia.

d) Redação adequada à linguagem do veículo

O Diarinho era (e é) famoso pela linguagem que utiliza. Coloquial, fugindo um pouco da norma culta (às vezes fugindo muito, com uso do calão e da gíria, coisa comum até por volta de 2010). O Guia foi pensado e redigido para manter identidade com o padrão de linguagem do jornal.

e) Discussão e teste

Ao longo do processo de redação e construção do Guia foram feitas algumas reuniões e consultas sobre pontos específicos e sobre a estrutura em geral, para ouvir as críticas e sugestões. Como se trata de iniciativa da direção do jornal, a aprovação do texto final ficou a cargo da diretora.

f) Seminário de apresentação

Depois de pronto, o Guia foi apresentado à redação num seminário, onde pude chamar a atenção para as várias seções e destacar alguns itens que poderiam levar a uma mudança mais radical dos procedimentos usuais.

Alicerces teóricos

Assim que recebi a tarefa de preparar o Guia, lembrei-me do colega professor do curso de Jornalismo da UFSC, Francisco José Castilhos Karam, cuja atenção acadêmica sempre esteve voltada para os aspectos éticos da profissão. Utilizei, como base para estruturar o Guia do Diarinho, a lista de “escolhas, temas, dilemas” que ele apresenta no artigo “Ética, deontologia, formação e profissão: observações sobre o Jornalismo” (KARAM, 2004), cuja adaptação pode ser vista nos itens que compõem o capítulo “E agora, o que faço?”.

Isenção; Dize-me com quem andas; Notícia plantada; Informação e opinião; O “off” e o sigilo das fontes; Acordos e acertos; O repórter oculto; Privacidade e direito à informação; Parece, mas não é; A pressa e a perfeição; Autoria; Manipulação digital; Manipulação informativa; O inocente útil “esperto”; Gentilezas e favores; A fonte não é “colega” nem “amigão”; Consciência pessoal e profissional; Os limites do comercial; Casos especiais.

Lista dos verbetes explicados nas páginas 9 a 17 do Guia

Ali, para cada situação são explicados os procedimentos que o jornal considera mais adequados. Por exemplo: 

ISENÇÃO 

OK, não tem como ser “isento”. Nem no jornalismo, nem na vida. A gente faz escolhas e toma partido desde que nasce e não é porque entra numa redação de jornal que vai se tornar um ser puro, distante das paixões humanas e capaz de manter distância de tudo e de todos. Mas é preciso ser honesto e claro nas escolhas que se faz. Ainda mais quando envolve uma função que (ainda) tem fé pública, como o jornalismo. Assim como ninguém espera que um juiz tome decisões em um processo em que esteja pessoalmente envolvido, espera-se que o jornalista seja capaz de relatar os fatos desapaixonadamente. Sem odiar e sem amar perdidamente algum dos lados. Nos casos de conflito de interesses, recomenda-se que a pauta seja assumida por outro profissional.

 (VIEIRA, VALENTE, 2023, P. 9)

Escolhi também citar alguns parágrafos sobre ética retirados do livro “A Regra do Jogo: o jornalismo e a ética do marceneiro” do jornalista Cláudio Abramo (1988). Pareceram-me capazes de provocar entre jornalistas, fora do ambiente acadêmico, uma discussão inicial sobre o tema.

Onde entra a ética? O que o jornalista não deve fazer que o cidadão comum não deva fazer? O cidadão não pode trair a palavra dada, não pode abusar da confiança do outro, não pode mentir. No jornalismo, o limite entre o profissional como cidadão e como trabalhador é o mesmo que existe em qualquer outra profissão. É preciso ter opinião para poder fazer opções e olhar o mundo da maneira que escolhemos. Se nos eximimos disso, perdemos o senso crítico para julgar qualquer outra coisa. O jornalista não tem ética própria. Isso é um mito. A ética do jornalista é a ética do cidadão. O que é ruim para o cidadão é ruim para o jornalista.

(ABRAMO, 1988, p. 109)

Para tentar definir, em termos simples, o que é e para que serve a ética, também utilizei trechos de um texto escrito por Elton Simões (2012):

“Acho que todos nós temos esta voz que insiste em distinguir o que é certo do que é errado. Às vezes, estas vozes falam tão alto que a gente sente fisicamente sua presença. É aquela sensação de que tem algo fora de lugar. É aquilo que chamamos de consciência. A ética é a manifestação física desta voz interna. Ética, como disse o Jurista inglês John Moulton, é obedecer ao que não tem punição prevista em lei.

(SIMÕES, 2012)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desses anos em que a primeira edição do Guia esteve em uso foi possível observar que ele teve um papel importante para facilitar o processo de informação e treinamento dos novos jornalistas, uniformizando os conceitos e procedimentos, sem necessidade de longas preleções das chefias cada vez que um profissional ou uma profissional é contratado/a.

O bom resultado dessa forma de reunir e compartilhar conhecimento foi que levou o jornal a fazer a nova edição, atualizada, do Guia. E, como complemento, na mesma ocasião foi elaborado e lançado um Manual do Diarinho, com explicações detalhadas e didáticas sobre vários dos procedimentos utilizados na publicação do jornal. Como, por exemplo, os passos necessários para chamadas nas redes sociais ou publicar reportagens no portal (diarinho.net).

O Guia e o Manual constituem-se no principal material de informação sobre quais procedimentos são considerados adequados na produção do jornal.

O conteúdo é produzido para as plataformas online. E os principais assuntos, no final do dia, são reunidos para compor a edição impressa que circula de manhã cedo.

O DIARINHO quer conquistar multidões e vender cada vez mais exemplares e acessos, mas acha que é possível, com talento, criatividade e muito trabalho, ter informações exclusivas, interessantes, “quentes”, sem pisar na bola e enfiar o pé na lama. Não queremos fazer jornalismo burocrático, careta, de gabinete, que agrade a todos os poderosos e dê sono no leitor. Mas também não queremos ofender, caluniar, mentir ou inventar. 

(VIEIRA, VALENTE, 2023, p. 25)

Cópia em pdf do “O Caminho das Pedras 2” pode ser obtida no site do Observatório da Ética Jornalística (objETHOS). Para baixar, clique aqui.

REFERÊNCIAS:

ABRAMO, Claudio. A Regra do Jogo. São Paulo, Companhia das Letras. 1988

AMARAL, M. F. Imprensa popular: sinônimo de jornalismo popular? Trabalho apresentado ao NP 01 – Jornalismo do XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da – UnB – 6 a 9 de setembro de 2006 

KARAM, F. Ética, deontologia, formação e profissão: observações sobre o Jornalismo. In Estudos em Jornalismo e Mídia, Vol. I, Nº 1, 2004.

SIMÕES, E. O GPS da vida. Blog do Noblat, 30/04/2012. Em http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/04/30/o-gps-da-vida-442708.asp. Acessado em 30 de abril de 2012.

VIEIRA, S.; VALENTE, C. O Caminho das Pedras 2: Guia de ética, estilo e autorregulamentação jornalística. Diarinho, Itajaí, 2023. Disponível em https://objethos.files.wordpress.com/2023/02/o-caminho-das-pedras.pdf

VIEIRA, S.; VALENTE, C. O Caminho das Pedras: Guia de ética e autorregulamentação jornalística. Diarinho, Itajaí, 2012.


  • Este artigo foi apresentado no VII Congresso Internacional de Ética da Comunicação (Media Ethics Conference) realizado em março de 2023, na Universidade de Sevilla, Espanha.

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Cesar Valente Escrito por:

Jornalista e designer gráfico catarinense, manezinho, setentão. Ex uma porção de coisas, mas sempre inventando moda: a mais nova é o mestrado em Jornalismo na UFSC.